Presidente se assusta com o mercado na busca por treinador, admite erros na janela passada e diz que agora precisa ser assertivo. Sobre Coutinho e Payet: "Eles têm contrato e vão cumprir"


Pedrinho, presidente do Vasco — Foto: Dikran Sahagian/Vasco


O fim do Brasileirão marcou o início das férias dos jogadores, mas os trabalhos no Vasco não podem parar. Pedrinho e seus dirigentes precisam resolver quem será o novo treinador, definir os alvos na busca por reforços, destravar as vendas do potencial construtivo de São Januário, dar sequência à reestruturação financeira, tentar tirar o plano de recuperação judicial do papel...


Mas um dos assuntos mais importantes é a venda da SAF. Em entrevista divulgada no canal "Fanático Vascaíno" nesta sexta-feira, o presidente trouxe atualizações sobre o tema e citou cinco interessados em contatos com o clube para adquirir as ações da SAF - três deles têm assinados um NDA, sigla em inglês para Non-Disclosure Agreement (Acordo de Confidencialidade).


- A gente não pode especificar por causa do NDA. Tem 3 NDA's assinadas e mais dois interessados que não têm NDA. Esses três estão em fase de conhecimento, são muitos números, muitos dados, o contrato é gigantesco. Mas não teve nada, não teve nenhuma proposta financeira. Tem muita gente no mercado, existe uma guerra de narrativa entre os próprios investidores - disse Pedrinho na entrevista.

Quando tiver qualquer coisa avançada com um investidor, que eu puder obviamente falar sobre, eu serei o primeiro a falar sobre isso", completou.


Pedrinho voltou a explicar que, apesar da existência de interessados, não pode depender do acerto com um investidor. Por isso, precisa dar sequência ao que chama de reestruturação financeira. O presidente disse que conseguiu um fôlego nas contas e garantiu o Vasco autossustentável pelo menos até março.


- Ao mesmo tempo que a gente tem conversas com investidores, eu preciso fazer uma reestruturação financeira através de uma mediação, a medida cautelar deu uma pausa nas execuções. Com isso, ganhamos um respiro. Isso gerou muita gasolina para o início da próxima temporada, ainda tem questão de cota de TV, premiação do Brasileiro. Isso nos dá uma garantia no mínimo de mais três meses - afirmou ele.


- Paralelo a isso, a expectativa é encontrar um investidor nesse período. Se isso não acontecer, eu vou ter que reestruturar o Vasco da mesma forma - concluiu.


Busca por treinador


Uma das prioridades do Vasco no momento é a busca por um treinador. A bola da vez é Renato Gaúcho: o técnico ex-Grêmio está de férias no Rio de Janeiro e deve se reunir com o clube na próxima semana.


Pedrinho disse que está assustado com os valores pedidos no mercado. Antes de se concentrar em Renato, a diretoria vascaína procurou Luís Castro, Pedro Caixinha e sondou outros nomes.

Sobre a busca por reforços, Pedrinho reconheceu que cometeu erros na janela de transferências passada e disse que o clube dessa vez precisa ser "assertivo".


"Primeiro, (preciso) assumir toda a responsabilidade onde deixamos a desejar. Temos que identificar onde erramos, porque erramos, e obviamente não cometer os mesmos erros", disse.

- Tem o retorno de alguns jogadores, que já nos ajuda. E de forma muito bem estruturada, com o respaldo do orçamento, vamos tentar ser assertivos. Assertivo é ir no jogador que possa te dar a resposta o mais rápido possível - completou.


Payet e Coutinho: "Têm contrato e vão cumprir"

Pedrinho também respondeu sobre a situação de Payet e Coutinho. Em outras entrevistas, o presidente mencionou o custo alto para tê-los no elenco e deu a entender que poderia não conseguir mantê-los juntos para 2025 - ambos têm contrato até o meio do ano.


Dessa vez, Pedrinho foi menos pessimista.

- São dois jogadores muito acima da média. O Coutinho é um cara excepcional, veio do mundo árabe, com outro tipo de dinâmica. E o que ele traz de retorno para o clube, de entretenimento, de paixão de torcedor, do volume de sócios e o que ele entrega mesmo em campo... Ele é muito bom jogador. Com uma pré-temporada bem feita, a gente espera muito dele. E o Payet eu não tenho do que reclamar nessa reta final. É um cara que se dedicou, que se entregou, demonstrou interesse. O que eu peço é profissionalismo, jogar mal ou bem é subjetivo. Não tenho o que fazer a não ser honrar o compromisso e esperar uma resposta técnica dos dois. Eles têm contrato e vão cumprir - concluiu.



Fonte: GE/RJ